Projeto Pandemias na Amazônia
Pandemias na Amazônia é uma plataforma voltada para o diálogo de saberes e a criação e difusão de narrativas, por meio de podcasts, publicações de textos e exposições em audiovisual, em torno da vida, do corpo e da ecologia. Um laboratório virtual que nos permite constituir alianças capazes de fomentar e instigar experimentações através de confluentes e/ou divergentes modos de habitar a terra.
Trata-se de um projeto de extensão desenvolvido na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) pelo Laboratório de Antropologia da Vida, Ecologia e Política (CoLar) e pelo Núcleo de Estudos da Amazônia Indígena (NEAI). O projeto agrega docentes do departamento de Antropologia e pesquisadoras/es de graduação e pós-graduação interessadas/os em divulgação científica e reflexões sobre as irrupções das crises epidêmicas e ambientais.
O Pandemias na Amazônia teve início em 2020, através das publicações de narrativas em textos e áudio das/os pesquisadoras/es indígenas da UFAM sobre a pandemia da COVID-19. Essa experiência derivou na construção de um webmapa, em parceria com a Infoamazonia, com uma série de textos e episódios de podcast com lideranças de diversos povos e comunidades que habitam os rios, as florestas e as cidades da Amazônia. Nesta nova fase, o projeto busca articular múltiplos engajamentos etnográficos digitais (textos, sonoridades, audiovisual e desenhos) para construir histórias amazônidas sobre modos de viver e reviver corpos, terra e ambientes, de humanos e de outros seres, em “tempos de catástrofes”.
Os processos globais não apenas transportam cifras, mercadorias, sujeitos e ideias, mas também animais, plantas, microorganismos (bactérias, fungos e vírus), deidades, espíritos e entidades. Exatamente por isso, compreendemos “pandemia” como um fenômeno complexo de contágio que agrega dimensões políticas, econômicas, biológicas e cosmológicas. O alargamento do conceito para além da biomedicina, permite-nos tematizar diferentes dimensões da vida, bem como caminhos alternativos e visões criativas sobre um mundo em constante e intensa metamorfose.
Pandemias múltiplas que, na Amazônia, friccionam com territórios-corpos e os territórios-terras de povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, cuja Covid-19 é mais uma de suas modulações, em sinergia com as infra-estruturas de mineração, invasões de terra, desmatamentos, aquecimento do clima, depredações de terreiros e imposições religiosas e de projetos econômicos destruidores.
Por outro lado, a atenção às narrativas e práticas de resistências às investidas capitalistas, neo-extrativistas e coloniais são verdadeiras pandemias reversas capazes de alargar as potencialidades de cuidado, autonomia e imaginação de mundos outros, bem como difundir a relevância da Antropologia enquanto produção de conhecimento comprometida com os diferentes modos existir e viver.
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